As duas cidades espanholas ‘em guerra’ por causa dos impostos turísticos e por que se pensa que é uma má ideia

Surgiu uma disputa entre cidades rivais na Andaluzia sobre se as autoridades deveriam impor uma taxa turística para ajudar a controlar o número de visitantes na região. A Espanha foi dominada por uma mania antiturística nas últimas semanas e meses.

Um grande protesto em Tenerife no final de Abril fez com que dezenas de milhares de habitantes locais saíssem às ruas para pedir o fim do turismo de massa.

A escala da indignação pública apanhou de surpresa as autoridades espanholas, forçando-as a considerar a tomada de medidas drásticas para reduzir as tensões.

Uma proposta apresentada para controlar o número de visitantes é a imposição de uma taxa turística a todos os visitantes de Espanha. As autoridades locais da Andaluzia tentaram introduzir esse imposto num novo projecto de lei em Dezembro passado.

Em discussão estavam propostas para cobrar aos visitantes entre 1€ e 5€ por noite – valor que depende do número de estrelas do hotel.

No entanto, as discussões ficaram paralisadas devido a disputas políticas entre as partes envolvidas. O projecto de lei opôs essencialmente as cidades costeiras da Andaluzia às cidades do interior.

Os presidentes de Câmara de Sevilha, Málaga e Córdoba demonstraram apoio ao custo adicional, enquanto Marbella e cidades da Costa del Sol temem que isso possa afastar os negócios.

As partes na discussão incluem o governo regional da Andaluzia (Junta), grupos empresariais locais e a Federação Andaluza de Municípios e Províncias (FAMP).

Nenhum prazo foi definido para chegar a um acordo, com um porta-voz do governo local dizendo que é “melhor chegar a uma boa solução do que rápida”.

As partes estão a tentar equilibrar os benefícios económicos trazidos pelo turismo com a pressão que este exerce sobre as infra-estruturas e serviços locais.

Os organizadores do protesto em Tenerife afirmaram que o turismo de massa estava a prejudicar o ambiente e a excluí-los do mercado imobiliário.

Eles disseram que muitas propriedades estavam sendo adquiridas por investidores que depois as alugavam aos visitantes.

Os activistas questionaram também se o turismo estava a beneficiar as Ilhas Canárias, salientando que muitos dos hotéis, bares e restaurantes eram propriedade de entidades estrangeiras offshore.

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