Os retardatários económicos da Europa tornaram-se os seus líderes

Algo extraordinário está a acontecer à economia europeia: as nações do Sul que quase romperam o bloco monetário do euro durante a crise financeira de 2012 estão a crescer mais rapidamente do que a Alemanha e outros grandes países que há muito servem como motores de crescimento da região.

A dinâmica está a reforçar a saúde económica da região e a evitar que a zona euro deslize demasiado. Numa reversão da sorte, os retardatários tornaram-se líderes. Grécia, Espanha e Portugal cresceram em 2023 mais do dobro da média da zona euro. A Itália não ficou muito atrás.

Há pouco mais de uma década, o Sul da Europa era o centro de uma crise de dívida da zona euro que ameaçava desmembrar o bloco de países que utilizam o euro. Foram necessários anos para recuperar de profundas recessões nacionais e de resgates internacionais multibilionários com duros programas de austeridade. Desde então, os mesmos países têm trabalhado para melhorar as suas finanças, atraindo investidores, retomando o crescimento e as exportações e revertendo o nível recorde de desemprego.

Agora a Alemanha, a maior economia da Europa, está a arrastar a sorte da região quase que sozinha. Tem lutado para sair de uma crise desencadeada pela subida dos preços da energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia.